Dos abrunhos da beira-rio
Até meados do século XX, a pequena comunidade da Abrunheira pertencente à paróquia e freguesia de São Pedro de Penaferrim, era cem por cento rural. A população vivia da agricultura e, no pico das sementeiras e das ceifas, necessitava de “importar” mão-de-obra para fazer face às necessidades. Para além do trabalho, festejava os feriados, com destaque para os religiosos e, destes, o de Santo António, que foi ganhando honras de preferido até ao ponto de se construir um chafariz com o seu nome.
A religiosidade dos abrunhenses manifestava-se em família, nos festejos anuais, nos de Santo António e nas idas à Missa na Igreja de Manique de Cima. A inexistência duma igreja na Abrunheira foi sempre sentida com muita amargura e, por isso, ao longo dos anos, foram várias as tentativas de levar a cabo, esse trabalho. Só a partir dos anos sessenta é que se formou uma “Comissão” com alguma consistência e organização – A "Comissão da Boa Vontade”. O objetivo era angariar fundos para a construção duma igreja. Foi, nesta altura, que a Abrunheira rural se foi transformando, pouco a pouco, em industrial e operária. Com o declínio da agricultura e a construção de fábricas, a precisão de mãos operárias aumentou e, em pouco tempo, a população duplicou e nunca mais parou de crescer.
É, neste contexto, que a futura Igreja de Santo António da Abrunheira se apresenta como parte integrante desta Comunidade. Completa-a, e oferece-se para seu serviço incondicional.