Jovens de Sintra foram a Taizé
A comunidade de Taizé
A Comunidade de Taizé foi fundada oficialmente no domingo de Páscoa de 1949 por Roger Schütz que para ali foi viver em 1940 com o objetivo de acolher refugiados da guerra e de criar uma comunidade em que se concretizasse uma reconciliação.
Reúne atualmente cerca de cem irmãos católicos e de diversas origens evangélicas, oriundos de trinta países.
A comunidade de Taizé é uma parábola de comunhão: um testemunho concreto de reconciliação entre cristãos divididos e entre povos separados.
Os encontros semanais
De março a dezembro, milhares de jovens de todos os continentes acorrem a Taizé para os encontros semanais.
Uma semana em Taizé permite reler a vida quotidiana à luz do Evangelho: rezar em grupo três vezes por dia, refletir sobre as fontes da fé, trabalhar com e pelos outros. Todos os dias, os irmãos da comunidade introduzem uma reflexão bíblica, seguida por um tempo de partilha em pequenos grupos. À tarde, os workshops ajudam a aprofundar a relação entre a fé e a vida, o trabalho, a solidariedade, as questões da sociedade, a arte e a cultura, a busca de paz no mundo.
Uma maneira de rezar que não cansa
Três vezes por dia, tudo para na colina de Taizé: os estudos bíblicos, o trabalho, os intercâmbios. Os sinos chamam à igreja para rezar. Milhares de jovens rezam com os irmãos da comunidade: repetem-se cânticos melodiosos, a Bíblia é lida em várias línguas e, no centro de cada oração comunitária, o silêncio é um momento único de encontro com Deus.
Programa diário em Taizé
08:15 – Oração da manhã
09:00 – Pequeno-almoço
10:00 – Introdução bíblica
10:30 – Reflexão em pequenos grupos
12:20 – Oração do meio-dia
13:00 – Almoço
14:00 – Ensaio de cânticos
15:15 – Trabalho comunitário
17:00 – Lanche
17:30 – Workshops
19:00 – Jantar
20:30 – Oração da noite
21:15 – Animação no Oyak
23:30 – Repouso
Ecos de Taizé
Irei até ao fim do mundo, se preciso for, para manifestar a minha confiança nas novas gerações e lembrar a todos que os rostos contam mais que as palavras, porque espelham a amizade, que é o rosto de Cristo.
Roger Schütz
Taizé é um lugar onde somos acolhidos tal como somos, sem sermos julgados, em que não nos pedem um passaporte dogmático, sem, contudo, esconder que aí as pessoas estão reunidas em torno de Cristo e que um caminho – «eu sou o caminho», disse ele – começa aí para quem o desejar.
Olivier Clément
Ah, Taizé, aquela Primavera!
João XXIII
Passa-se por Taizé como se passa perto de uma fonte. O viajante para, mata a sede e continua o seu caminho.
João Paulo II
Com o irmão Roger e com os irmãos que partilham da sua visão, Taizé tornou-se um ponto de convergência e de encontro. Um lugar de aprofundamento na oração, na escuta e na humildade. Um lugar de respeito pela tradição do outro. O reconhecimento do outro, do seu rosto e, portanto, do seu ser – pré-requisito necessário a um amor à imagem daquele que nos amou ‘sem limites’.
Bartolomeu, Patriarca de Constantinopla
Ver tantos jovens na colina, juntos numa grande diversidade, é algo muito festivo. Dá-nos a grande esperança de que é possível uma humanidade em paz.
Irmão Alois, Prior de Taizé
Ir a Taizé é como ir à fonte: podemos ir de copo, garrafa, barril ou camião cisterna. Deus só tem uma medida que é a plenitude. Cabe-nos a nós decidir o quanto estamos dispostos a receber e a partilhar.
Testemunhos dos nossos jovens
Durante esta semana participei numa peregrinação à comunidade ecuménica de Taizé. Já fiz muitas viagens, mas esta foi uma experiência incrível que deixou recordações… inesquecíveis.
Partimos para esta viagem no domingo à noite, muitos de nós sem expectativas do que iria ser a nossa semana. Apesar de a viagem ter sido um bocadinho aborrecida, no final, valeram a pena as 24 horas de autocarro.
Uma vez que as camaratas comunitárias estavam todas ocupadas, tivemos que ficar hospedados numa casa em Chapaize, a nove quilómetros de Taizé, por isso, todas as manhãs e todas as noites tínhamos que ir de autocarro de um lugar para o outro. A casa onde ficámos era bastante agradável, contudo foi uma pena não termos conseguido ficar nas camaratas, pois, segundo alunos mais velhos, teríamos comunicado mais com jovens de outros lugares do nosso país, e, talvez até com estrangeiros, o que, mesmo assim, era pouco provável. A nossa professora disse que por esta altura não era comum vir gente de locais muito diversos ou distantes. Por conseguinte, em todo o lado se ouvia a falar português. Até no bar e no refeitório nos atendiam assim! Logo, para muitos de nós, parecia que não tínhamos saído de casa…
A vida em Taizé era muito diferente. Todos os dias tínhamos três orações: a oração da manhã, a oração do meio-dia e a oração da noite. Tanto na igreja, como nos espaços exteriores junto a ela e no Lago do Silêncio, assim como o nome diz, era importante estar em silêncio. Para nossa surpresa até o conseguimos fazer com bastante facilidade. Também nas orações havia sempre um momento de silêncio. Isto permitiu-nos refletir um pouco sobre a nossa vida, entrar em contacto com nós próprios, com a natureza e com Deus. Compreendo agora como por vezes estamos tão ocupados com coisas irrelevantes das nossas vidas atarefadas que nos esquecemos da importância que é ter estes momentos serenos em que possamos pensar, refletir e contemplar. Mas não havia só silêncio. Muitas vezes durante as orações, os cânticos tomavam o lugar do silêncio. Mesmo que estivéssemos a cantar numa língua que não entendíamos, a união entre todos sobressaía e era algo fantástico.
A seguir ao pequeno-almoço, dividíamo-nos em grupos de reflexão, onde partilhávamos a nossa opinião com os outros sobre certos assuntos e fazíamos algumas atividades. Conhecemos melhor várias pessoas, de Sintra e de outros lugares do país. Divertimo-nos imenso com eles. Nos tempos livres era bastante comum juntarmo-nos e fazermos jogos, dançar e cantar ao som da guitarra.
Em relação às refeições, não podemos dizer que eram as melhores, mas apesar de não nos agradarem muito, todos comíamos e ninguém ficou com fome. Tínhamos o essencial.
Em Taizé aprendemos a dar valor às pequenas coisas da vida e perceber que conseguimos ser felizes a viver com simplicidade. Todos os anos milhares de pessoas visitam Taizé e eu tive a sorte de ser uma delas!
Francisca Melo
Foi uma semana de pleno encontro com Deus e de pura reflexão. Construí amizades autênticas, que são para a vida! Já estava a precisar de uns dias assim!
André Silva
Taizé é um lugar maravilhoso. Em Taizé consegui ser mais aberta com os meus sentimentos e mais segura comigo mesma. Passei por experiências que não imaginei que iria passar. Foi tudo simplesmente maravilhoso, fantástico e impressionante. Senti-me confortável e conectada.
Os jogos, as músicas, os abraços, as emoções, tudo, até cada detalhe mínimo desta viagem tornou-se mesmo muito importante para mim.
Foi particularmente importante a oração em Taizé – tão diferente da das nossas missas. Quando acendi a vela, vi o fogo a nascer e senti felicidade ao ver aquela chama que me chamava a atenção. Depois reparei que Deus estava entre nós naquele momento, uma querida chama de fogo que nasce entre nós e nunca se apaga.
Ana Catarina Rocha
Se me perguntarem o que é que me fez querer fazer 25 horas de autocarro para ir a Taizé pela terceira vez, provavelmente não conseguirei arranjar uma explicação 100% válida.
Taizé é um sítio que só se consegue perceber quando se vai lá, quando se vivem as sensações únicas que lá acontecem.
Este ano foi um bocadinho diferente porque éramos quase só portugueses (cerca de 2000 em 2500) e não tive muitas oportunidades de conviver com estrangeiros, mas independentemente das pessoas que encontramos em Taizé, o espírito de comunidade mantém-se. Por isto mesmo, fiquei mais uma vez muito feliz e com uma sensação repetida de que não estamos sozinhos na religião, que há muitos jovens neste mesmo caminho.
Guilherme Portela
Taizé é sempre uma experiência diferente, incrível e marcante. Em Taizé renovamos a nossa fé num espaço de convívio, amizade, descoberta, partilha, hospitalidade e, acima de tudo, união. Com a luz e a chama de Taizé acesas voltamos para casa melhores, dispostos a tentar ser melhores todos os dias.
Sara Dias
Sou evangélico e não estava à espera de encontrar tantas confissões religiosas em Taizé. Conversei com jovens de várias e todos me disseram que iam a Taizé para ficar mais perto de Deus. Percebi então que estamos todos juntos no mesmo caminho de Cristo. Constatar este propósito comum de viver pela causa de Jesus deixou-me muito contente e com a certeza de que os jovens cristãos não estão perdidos.
João Souza
Taizé é uma segunda casa para mim. É um lugar de felicidade, de bom convívio. Tem um pequeno almoço incrível e um silêncio maravilhoso.
Mariana Bruno
Apesar de esta ter sido a minha terceira ida a Taizé, ainda venho com um sentimento de insuficiência. Todos os anos são uma experiência diferente, mas de regresso trago sempre pessoas novas, ideias novas e um pouco mais de mim.
Daniel Sousa
Taizé é como um carregador para as minhas pilhas da fé. Todas as pessoas deviam ir a Taizé. É uma experiência única, que não pode ser descrita por palavras.
Ricardo Rodrigues