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Jubileu da Misericórdia - Abril

Misericordiosos como o pai - Reflexão para o mês de Abril

Obra de Misericórdia Corporal: "Enterrar os mortos"

“Judas Macabeu e os seus companheiros foram levantar os corpos dos mortos para os depositar na sepultura, ao lado dos seus pais” (2Mac 12,39b)

“E mandou fazer uma colecta…para que se oferecesse um sacrifício pelo pecado, agindo digna e santamente ao pensar na ressurreição” (2Mac 12,43)

“Era este um pensamento santo e piedoso” (2Mac 12,45b)

De facto o belo gesto de dar sepultura aos mortos vem de muitos séculos antes do cristianismo e começou por um reconhecimento da pessoa. Os nossos queridos mortos são aqueles que mereceram o nosso respeito e consideração pelo bem que fizeram. E há tantos que, anonimamente gastaram a vida em favor dos mais pequenos e pobres da sociedade! Que contribuíram para o bem-estar e progresso dos povos…Todos lhes devemos estar gratos! Por isso não os podemos esquecer! Recordá-los junto de Deus é o maior tributo que lhes podemos dar.

Obra de Misericórdia Espiritual: "Consolar os tristes/aflitos"

“Mas, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele livrou-os das suas aflições. Tirou-os das trevas e da escuridão e despedaçou as suas cadeias”. (Sl 107(106),13-14)

A consolação tem os seus tempos. Temos de nos despojar das formas de posse, de renunciar às respostas salvíficas, à ilusão de possuir consolação. Além disso, aquele que se faz próximo de quem está triste nunca poderá substituí-lo. A consolação não é uma intervenção mágica. Trata-se de entrar, na situação do outro, ou melhor, de estar ao lado do outro e de mostrar empatia comunicando-lhe o nosso sentimento. Muitas vezes, não há quem console. Na Bíblia repete-se com frequência esta lamentação: «Esperava alguém que me consolasse, mas não encontrei» (Salmo 69, 21), ou esta amarga constatação: «Vede as lágrimas dos oprimidos: eles não têm consolador.» (Ecl 4,1). Há o falar ao coração que designa o gesto amoroso e afectuoso de quem apoia a cabeça sobre o peito da pessoa amada e lhe dirige palavras que pretendem atingi-la profundamente, no coração. Trata-se de uma comunicação íntima e pessoal. O próprio Deus é o verdadeiro sujeito da consolação, e a sua acção de consolador é descrita recorrendo às imagens de uma mãe (cf. Isaías 66, 13) e de um pastor (cf. Isaías 40, 11). A consolação revela-se como elemento essencial do cuidado que Deus tem pelo seu povo e pelas suas criaturas, cuidado esse que tende para a plenitude de vida do seu povo. É significativo que a imagem talvez mais comovente, que exprime a salvação escatológica, seja a de Deus que enxuga as lágrimas dos olhos das criaturas (Apocalipse 7, 17; 21, 4)

Parábola: “Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte…” (Lc 15, 4-7)

S. Lucas é chamado o evangelista da ternura de Deus por tratar de modo particular o tema da misericórdia. Ele descreve a infinita e paternal misericórdia de Deus e a Sua alegria pela conversão do pecador. O Evangelho ensina que ninguém está excluído do perdão e, que os pecadores podem chegar a ser filhos queridos de Deus mediante o arrependimento e a conversão. Tal é o desejo divino que as três parábolas descritas por S. Lucas terminam repetindo o mote, da grande alegria no Céu por cada pecador arrependido. Na parábola da ovelha perdida, ao deixar as noventa e nove para encontrar a que se transviou, não quer dizer que o Senhor não estime a perseverança dos justos, mas pretende realçar o gozo de Deus diante do pecador que se converte.

S. Camilo de Lélis (1550-1614)

Em Agosto de 1930, Pio XI, declarava S. Camilo Lélis e S. João de Deus, como Patronos dos Enfermeiros pelo breve Expedit Plane. Um aspecto muito particular e comum é que ambos conheceram como poucos o sofrimento no corpo e no espírito.

Camilo de Lélis nasce em Bucchianico a 25 de Maio do Ano Santo de 1550. Nasceu quando a mãe, de idade avançada, já não esperava ter um filho. Perde a mãe antes dos catorze anos; aos dezassete segue o pai para Veneza. O pai morre durante uma paragem nas Marcas e aparece no pé direito de Camilo uma misteriosa chaga da qual nunca se curará. Abandona a carreira militar. A chaga atormenta-o e resolve ir a Roma, recolhendo-se ao Hospital de S. Tiago onde vai prestando alguns serviços remunerados que gasta no jogo. Perde todo o património familiar. Por causa do jogo vê-se reduzido à condição de mendigo. Após tantas contrariedades, com séria reflexão, toma o hábito dos Capuchinhos. Mas no fim do noviciado é rejeitado por causa da chaga no pé direito. Esta experiência nos Capuchinhos vai marcá-lo espiritualmente. Ele próprio marca a data da sua conversão a 2 de Fevereiro, Festa da Purificação de Nossa Senhora. Volta à vida religiosa em 1579, mas a chaga vai obrigá-lo a recorrer ao Hospital de S. Tiago pela terceira vez. Transforma-se de doente em agente voluntário de saúde, preparando a sua instituição religiosa que veio a fundar em 1584, aprovada por Sisto V, a 18 de Maio de 1586, com a designação de Congregação dos Clérigos Regulares “Ministros dos Enfermos”. Nos nove anos que passou no Hospital de S. Tiago, foi doente, servo, enfermeiro, e mordomo. Foi ordenado sacerdote a 26 de Maio de 1584, em S. João de Latrão. Perante tantas dificuldades criadas à sua comunidade pensou desistir, valendo-lhe a ajuda preciosa do irmão Pedro Soriano, dos irmãos de S. João de Deus que sustentou Camilo, levando-o a resistir às provações e a responder à missão a que Deus o havia chamado.

Camilo morreu em 1614. Foi beatificado em 1642 e, quatro anos mais tarde, canonizado por Bento XIV.

Diácono Joaquim G. Craveiro (Comissão da Unidade Pastoral de Sintra para o Jubileu da Misericórdia)

 

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