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Jubileu da Misericórdia

Misericordiosos como o pai

O Papa Francisco abriu o ano Santo da Misericórdia propondo-nos que ponhamos em prática este ano a misericórdia para com todos. A “Bula” , que designa na origem o selo que autentificava o documento oficial do Papa e mais tarde o próprio texto, indica o espírito e os moldes deste Ano extraordinário da misericórdia.  O papa Francisco não se cansa de lembrar a necessidade da conversão, de abrir o nosso coração, de não ter medo de chorar.

Durante este Jubileu, convida-nos a abrir o nosso coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais que o mundo moderno criou, muitas vezes de forma dramática. Abrir os nossos olhos para ver as misérias do mundo. Dar as mãos a tantos irmãos e irmãs privados da sua dignidade, sair da indiferença que humilha e anestesia a alma pois a indiferença é muitas vezes mais cómoda do que a compreensão da diferença, são alguns dos desafios deste ano. A peregrinação é um sinal particular do Ano Santo: é a imagem do caminho que cada um percorre ao longo da sua existência.  A vida é uma peregrinação e o ser humano um peregrino que percorre um caminho até à meta desejada. Por isso o Santo Padre propõe-nos passar a porta santa, em Roma , e em todos os outros lugares escolhidos. “Ao atravessar a porta santa deixamo-nos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometemo-nos a sermos misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco.” Quem pratica a misericórdia faça-o com alegria.

“Para sermos capazes da misericórdia, diz o Papa, temos que nos pôr primeiro à escuta da Palavra de Deus; Não julgueis e não sereis julgados; Não condeneis e não sereis condenados. A medida que usardes com os outros será a que será usada para convosco. Mas isto ainda não é suficiente para se exprimir a misericórdia, Jesus pede também para perdoar e dar. Sermos instrumentos de perdão porque primeiro o obtivemos nós de Deus.

Temos de sentir o valor do silêncio para meditar a Palavra. Só assim é possível contemplar a sua misericórdia e torná-la nosso programa de vida.  Tudo isto passa pelas “obras de misericórdia”. Gestos concretos para com os pobres, os estrangeiros, os doentes, os prisioneiros, os aflitos: consolar, perdoar e acolher na misericórdia do Pai. O “perdão de Deus” pelos nossos pecados não tem limite.

A Quaresma deste ano será vivida mais intensamente como um tempo forte para celebrar a misericórdia de Deus e redescobrir o rosto misericordioso do Pai. Um bom programa para este ano. A iniciativa “24h para o Senhor” será o momento forte de nos aproximarmos do sacramento da Reconciliação, o momento intenso de oração e redescobrir o sentido da sua vida. Este é um momento favorável para mudar de vida, um bom plano para este ano!

Teresa Teotónio Pereira (Comissão da Unidade Pastoral de Sintra para o Jubileu da Misericórdia)

 

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