I Ciclo de Órgão de Sintra - "Os Sons do Divino"

SINOPSE

O Órgão será um dos instrumentos musicais mais antigos tendo sofrido grandes modificações ao longo dos séculos. Foi, contudo, entre os séculos XVII e XVIII que este instrumento mais se desenvolveu e disseminou na Europa, nomeadamente nas igrejas, mosteiros e conventos apresentando diferentes características consoante a escola de construção: italiana, alemã, francesa, holandesa ou a ibérica. O Órgão torna-se, assim, indispensável no acompanhamento da liturgia. Portugal não é excepção neste contexto.

Especificamente em Sintra, a Igreja de São Martinho, após os severos danos sofridos pelo terramoto de 1755, é sujeita a profundas obras de reconstrução que se concluiriam na década de setenta do século XVIII e, nesta circunstância, seria indispensável instalar na Igreja um novo Órgão que servisse a liturgia. O projecto é entregue à família Fontanes, à época estabelecida em Lisboa e, em especial, ao jovem organeiro Joaquim Peres Fontanes (1750-1818), que viria a tornar-se um dos principais mestres organeiros em Portugal (são de sua autoria três do fabuloso conjunto de seis órgão da Basílica de Mafra).

O Órgão da Igreja de São Martinho, datado de 1776, é considerado como um dos primeiros, se não mesmo o primeiro, Órgão construído por Peres Fontanes e é hoje classificado como Bem de Interesse Público.

Este histórico Órgão de Peres Fontanes é um órgão positivo de armário, construído com fortes influências da organaria italiana possuindo mais de seis centenas de tubos. O recente restauro deste importante instrumento recupera a sua sonoridade original permitindo-nos descobrir os sons de Sintra em finais de setecentos.

19 de Maio de 2022

20h45

PORTUGAL E ITÁLIA

Explorando as potencialidades do Órgão da Igreja Paroquial de São Martinho, João Vaz, um dos mais conceituados organistas portugueses da actualidade, apresenta um programa que une Portugal e Itália, as duas influências presentes na construção do instrumento. Serão interpretadas obras de compositores portugueses como Pedro de Araújo, Frei Diogo da Conceição, Frei Domingos de São José, Carlos Seixas, Frei Jerónimo da Madre de Deus, Frei Francisco de São Boaventura e José da Madre de Deus e dos italianos Bernardo Pasquini, Baldassare Galuppi e Giuseppe Antonio Paganelli.

Intérprete

João Vaz, órgão

20 de Maio de 2022

20h45

A PAIXÃO NO FEMININO

O Órgão é o instrumento basilar da música sacra, servindo a liturgia tanto a solo como instrumento acompanhador de vozes solistas e coros ou como baixo contínuo em ensembles instrumentais. Este concerto será inteiramente prenchido por árias e cantatas sacras para soprano e órgão de autores como Gasparini, Corselli, Rodrigues Esteves, Pasquini, Caldara, Bononcini, Brocarte, Händel, Vivaldi e Bach. Serão solistas a aclamada soprano Eduarda Melo e o organista Daniel Oliveira.

Intérpretes

Eduarda Melo, soprano

Daniel Oliveira, órgão

21 de Maio de 2022

20h45

CONCERTOS PARA ÓRGÃO

Neste programa o Órgão estará em destaque como instrumento solista de concerto. Embora o repertório concertístico para órgão seja relativamente limitado quando comparado com outros instrumentos solistas, é de relevante qualidade e exigência técnica como se evidencia  neste programa, que nos apresenta obras de Carlos Seixas, Georg Friedrich Händel, Wolfgang Amadeus Mozart, Carl Philipp Emanuel Bach e Joseph Haydn. Como solista apresenta-se o organista Sérgio Silva juntamente com o Ensemble Barroco de Sintra.

Intérpretes

Sérgio Silva, órgão

Ensemble Barroco de Sintra

22 de Maio de 2022

20h45

OS SONS DO DIVINO EM SINTRA

Neste programa, que encerra o Ciclo, Sintra estará em destaque de forma especial. Serão apresentadas, em estreia moderna da sua versão original, duas obras do compositor José Cláudio de Almeida: Te Deum e Missa, ambas para solistas, coro masculino e órgão. As obras foram escritas em 1814 para a Igreja de Santa Maria permitindo-nos, hoje, descobrir as sonoridades que se faziam escutar em Sintra em inícios de oitocentos. A acompanhar o Ensemble Vocal do Sintra Estúdio de Ópera, no órgão, estará a cravista e organista Jenny Silvestre.

Intérpretes

Carlos Monteiro, tenor e direcção

André Henriques, barítono

Tiago Mota, baixo

Ensemble Vocal do Sintra Estúdio de Ópera

Jenny Silvestre, órgão